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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Relatos dos meus pacientes - A Parte II


Estudando o comportamento dos meus pacientes
  Por que é tão difícil mudar de hábitos?


Dando continuidade à pesquisa realizada com alguns dos meus pacientes a respeito da dificuldade do cumprimento de hábitos saudáveis no dia a dia, fico curiosa como é sacrificante para alguns e para outros nem tanto.  Apesar das similaridades somos únicos de fato!
Cada vez mais percebo que o apelo social fala muito alto, e como é raro encontrar gastronomia saborosa e pouco calórica nos restaurantes e lanchonetes das cidades.  Fato esse que contribui bastante para sabotagem da reeducação alimentar.
Em relação a atividade física os inconvenientes são ainda maiores no mundo contemporâneo, o clima, o cansaço, o estresse, o poder aquisitivo em queda, a falta de tempo devido à carga horária de trabalho aumentada são os fatores que mais interferem para deixar o sedentarismo de vez.
Parece que tudo conspira contra?
Não é bem assim: Mudança de hábitos não se faz em um dia e nem em poucos meses.

Mais relatos:


"É difícil manter as recomendações quando saio da rotina, principalmente em situações incomuns do dia a dia, com pessoas estimulando outros hábitos, viagens e férias por exemplo. No entanto, não consigo mais comer a mesma quantidade que comia antes, desde que comecei a fazer reeducação alimentar percebi que meu estômago diminuiu." IPMR.
IPMR faz tratamento há alguns meses e teve um desempenho grande tanto em perda de peso, quanto em taxas metabólicas. É muito comprometido, pratica atividade física regularmente. É um exemplo para o time masculino cumprindo muito bem todas as recomendações, e quando há excessos retorna rapidamente aos hábitos saudáveis já no dia seguinte.

"Me adaptei bem à dieta, como de tudo, verduras etc. as vezes saio da linha e me excedo com algumas coisas fora da dieta, empadão, bolo, docinhos por exemplo." Neide
Neide é uma paciente que começou o tratamento com 92 kg e hoje pesa em torno de 79 kg, ela é bem disciplinada, mas a constipação intestinal dificulta um pouco seu tratamento.  Somente com dieta rica em fibras e exercício físico diariamente e rigorosamente podem mudar esse quadro.

"Difícil para mim é fazer dieta hipocalórica e manter os horários, principalmente de 3 em 3 horas, nem sempre tenho fome nesses horários" Ingrid
Ingrid tem 20 anos e apesar da pouca idade tem colesterol alto, precisa de dieta mais rígida, hipolipídica, e por isso nem sempre consegue cumprir seu programa alimentar. As festas, idas ao shopping, saídas com o namorado sempre "acabam em pizza", quero dizer em excessos hipercalóricos.

"O mais complicado para mim é não comer o pão francês diariamente. Mas estou me sentindo bem e aos poucos perdendo este hábito."  Carlos
Carlos é completamente consciente da necessidade de mudar seus hábitos alimentares. Sabe da urgência de adquirir um estilo de vida mais saudável.  Seu organismo reage muito bem quando faz as recomendações nutricionais e pratica atividade física.  O que falta é incorporar estes hábitos no dia-a-dia.

"A dieta eu cumpro bem, consigo ficar na salada e nos grelhados a semana inteira, o que é difícil para mim é fazer exercício físico diariamente." Julyanne
Julyanne é bem jovem, tem menos de 20 anos, é super disciplinada e focada na necessidade de emagrecer não só pela vaidade, que lhe é peculiar, mas também pela saúde. Seu grande problema, dito por ela própria, é praticar regularmente a atividade física.

"Estava acostumada a comer muitas besteirinhas e beliscos e quando começo a fazer dieta fica muito difícil abandonar este hábito. O problema é ainda maior no fim de semana" Lyvia
Lyvia tem prazer em comer, hábito de família, no entanto, é bem determinada quando resolve emagrecer e adotar uma postura saudável, a profissão exige isso dela, é professora de educação física. Quanto a atividade física não há problemas para esta jovem, o que falta é fechar os olhos e a boca  para as guloseimas.

Um alerta:


"Levando em consideração o avanço tecnológico e a industrialização no mundo contemporâneo somados ao novo estilo de vida em que não há tempo para nada, os hábitos alimentares acabaram acompanhando este ritmo, refeições que antes eram preparadas em casa foram aos poucos sendo substituídas por comidas rápidas como os fast food e alimentos industrializados, contribuindo dessa forma para o aumento do índice de obesidade, doenças coronarianas, hipertensão, acidente vascular cerebral (AVC), câncer dentre outras.  Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que a má alimentação decorrente de falta de informação e o sedentarismo contribuem para um dos dez principais problemas de saúde pública do mundo."

Trecho da monografia apresentada por Débora de Santana Cavalcanti na Universidade Cândido Mendes para o curso de Pós Graduação em Docência do Ensino Superior com o tema "Visão atual da Educação Nutricional como ação preventiva na saúde".

Um convite:


Caminhada X corridinha na Urca/RJ


 Fonte: Relatos dos meus pacientes dos consultórios do Méier e de Copacabana